quinta-feira, 22 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
ANTONIO ZANCHI
1949
Zanchi e Zanchi - 1974
Antonio Giacomo Américo Zanchi (Curitiba 11 de julho de 1928 - Matinhos 24 de maio de 1992) , mais conhecido como Antonio Zanchi, foi um pioneiro do motociclismo paranaense. Filho dos emigrantes italianos Francesco Giuseppe Zanchi e Tereza Nervi Zanchi, oriundos de Bergamo - Lombardia ,que chegaram ao Brasil em 1926. Antonio foi o primeiro descendente a nascer no Brasil e, os pais rsolveram homenagear o novo continente no nome do filho: Giacomo Américo em italiano significa filho da América. Francesco Giuseppe foi combatente na 1ª Guerra Mundial e, foi pilotando uma motocicleta que serviu como mensageiro do exército italiano . Enfrentou muitas adversidades em combate e recebeu condecorações.
Antonio Zanchi comprou sua primeira motocicleta aos 16 anos . Motocicletas em Curitiba eram coisa rara naquele tempo e não havia ninguém para ensina-lo a pilotar. E se houvesse, ele teria vergonha de admitir que não sabia pilotar. O jeito foi pedir para entregarem a moto em casa - no começo da Alameda Cabral - e... começar. A primeira tentativa acabou em um tombo estrondoso na Praça Ozório. Ele levantou e recomeçou, caiu , levantou, caiu... no final do dia não caia mais. Em 1945, como declarou para o jornalista Aramis Millarch em uma reportagem de 1974 da Gazeta do Povo , já andava velozmente pelas ruas de Curitiba "cavalgando" sua Jawa de 125 cilindradas. Começou a destacar-se entre os jovens de seu tempo. Haviam poucos carros em Curitiba e era preciso muito arrojo e espírito independente para pilotar uma motocicleta como veículo de passeio.
1950 - nas ruas de Curitiba
Entre os anos de 1946 e 1950, Antônio Zanchi competiu em várias corridas de moto velocidade, destacando-se e amealhando medalhas e troféus. Conquistou os primeiros lugares em muitas corridas naqueles tempos heróicos. Gostava de contar que o mais importante para um piloto da época era saber cair. Costumavam treinar em alta velocidade, pois, muito mais perigoso do que esses treinos, era possibilidade real das quedas nas competições. Eram muito comuns e piloto de velocidade da época não devia ser apenas exímio no domínio da máquina, o bom resultado dependia muito da habilidade no tombo e na retomada do veículo. Tornou-se campeão campeão paranaense em 1949 e, ressaltava,
vencendo aquele que se tornou o campeão brasileiro naquele ano, Naquela época mesmo as corridas de velocidade eram disputadas em pistas de terra. A mais famosa foi a de Joinvile, aonde aconteceram as melhores e mais acirradas disputas. Eram competições que atraiaram muitos admiradores para Zanchi, Osvaldinho e outros corredores. Tornaram-se ídolos locais. nas pistas - 1950
1948
na garupa do amigo Osvaldinho - 1949
1950 - nas ruas de Curitiba
Entre os anos de 1946 e 1950, Antônio Zanchi competiu em várias corridas de moto velocidade, destacando-se e amealhando medalhas e troféus. Conquistou os primeiros lugares em muitas corridas naqueles tempos heróicos. Gostava de contar que o mais importante para um piloto da época era saber cair. Costumavam treinar em alta velocidade, pois, muito mais perigoso do que esses treinos, era possibilidade real das quedas nas competições. Eram muito comuns e piloto de velocidade da época não devia ser apenas exímio no domínio da máquina, o bom resultado dependia muito da habilidade no tombo e na retomada do veículo. Tornou-se campeão campeão paranaense em 1949 e, ressaltava,
vencendo aquele que se tornou o campeão brasileiro naquele ano, Naquela época mesmo as corridas de velocidade eram disputadas em pistas de terra. A mais famosa foi a de Joinvile, aonde aconteceram as melhores e mais acirradas disputas. Eram competições que atraiaram muitos admiradores para Zanchi, Osvaldinho e outros corredores. Tornaram-se ídolos locais. nas pistas - 1950
1948
na garupa do amigo Osvaldinho - 1949
Sua vida profissional sempre esteve ligada aos automóveis e às motocicletas. Em 1954 nascia a Auto Europa, no térreo da casa da Alameda Cabral .Ali revendeu peças e automóveis que comprava em São Paulo. A Cabral Motor, maior revenda de motocicletas do
Paraná, foi fundada em 1970 junto a dois italianos, Luciano Colombo e Sérgio Mainetti. O
sucesso da concessionaria foi tão grande, que em 1974 já abriam a terceira sede. As motos de grande porte, acima de 500 cilindradas, faziam grande sucesso, e Zanchi conseguiu atrair a elite curitibana para o motociclismo. Mais tarde as motocicletas de menor cilindrada foram sendo incorporadas como veículos de transporte diário e de trabalho. A Cabral Motor continua até hoje a manter o mesmo bom nível com Sérgio, Luciano e seus filhos.
sucesso da concessionaria foi tão grande, que em 1974 já abriam a terceira sede. As motos de grande porte, acima de 500 cilindradas, faziam grande sucesso, e Zanchi conseguiu atrair a elite curitibana para o motociclismo. Mais tarde as motocicletas de menor cilindrada foram sendo incorporadas como veículos de transporte diário e de trabalho. A Cabral Motor continua até hoje a manter o mesmo bom nível com Sérgio, Luciano e seus filhos.
Criou nos anos 70 a Patota Honda que reunia cerca de 40 motociclistas em passeios e
viagens. A Patota Honda, que era composta de profissionais liberais em sua maioria, tinha
normas rígidas: ninguém bebia em excursões, somente refrigerantes e um novo associado só entrava após ter realizado pelo menos tres viagens junto com a grupo. Descer a serra até Morretes era uma tradição, muitas vezes na companhia de garupas, esposas ou filhas dos motoqueiros.
viagens. A Patota Honda, que era composta de profissionais liberais em sua maioria, tinha
normas rígidas: ninguém bebia em excursões, somente refrigerantes e um novo associado só entrava após ter realizado pelo menos tres viagens junto com a grupo. Descer a serra até Morretes era uma tradição, muitas vezes na companhia de garupas, esposas ou filhas dos motoqueiros.
Antônio Zanchi foi ainda instrutor do Batalhão do Controle de Tráfego da Polícia Militar do Paraná, examinador do DETRAN e proprietário de moto escola. Tanta dedicação levou-o a tornar-se um empresário de destaque, ocupando em 1990 o cargo de Vice-Presidente na Associação Comercial do Paraná .
Zanchi, como era costumeiramente chamado pelos amigos, foi uma lenda enquanto corredor e um modelo para todos os aficionados do motociclismo do seu tempo. Antes que uma paixão, as motocicletas foram a sua vida, um signo de liberdade e vitalidade Foi um homem que conseguiu reunir trabalho, esporte e realização no motociclismo.
Zanchi, como era costumeiramente chamado pelos amigos, foi uma lenda enquanto corredor e um modelo para todos os aficionados do motociclismo do seu tempo. Antes que uma paixão, as motocicletas foram a sua vida, um signo de liberdade e vitalidade Foi um homem que conseguiu reunir trabalho, esporte e realização no motociclismo.
ANTONIO ZANCHI - 1974
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de fevereiro de 1974
Em 1935, quando o curitibano Antônio Zanchi tinha apenas 16 anos de idade, as motocicletas não estavam na moda como hoje, [para] falar a verdade até mesmo os automóveis eram privilégio de poucos. Nessa época, Antônio Zanchi já andava velozmente pelas ruas de Curitiba "cavalgando" sua Jawa de 125 cilindradas. Enquanto outros jovens sonhavam com automóveis, seus sonhos iam para as motocas. Sua vida profissional está também estritamente ligada com as motocicletas aqui em Curitiba representa a maior fabricante desses veículos motorizados de duas rodas, que hoje em dia fazem o encanto dos jovens. Entre os anos de 1946 e 1950, Antônio Zanchi dedicou-se às corridas tendo sido campeão paranaense de motociclismo. Desde há cinco anos é chefe da Patota Honda que reúne cerca de 40 motociclistas que se reúnem para fazerem excursões semanais. A Patota Honda, composta de médicos, engenheiros, advogados, etc., orgulha-se de não ter tido nenhum acidente até hoje. Suas normas são rígidas: ninguém bebe em excursões, somente refrigerantes e um novo associado só entra após ter realizado pelo menos 3 viagens junto com a patota. Antônio Zanchi é instrutor do Batalhão do Controle de Tráfego da Polícia Militar do Paraná. Entroncado, alegre, representando bem menos do que os 45 anos que tem, Antônio Zanchi é o principal incentivador do 1º Concurso de Motocas Fantasiadas para o Carnaval de 74 em Curitiba, que vai dar além de outros prêmios uma motocicleta ao 1º colocado. O entusiasmo de Zanchi explica-se: Curitiba é pioneira no Brasil, no uso de motocicletas para controle do trânsito e é também a primeira cidade brasileira a ter estacionamento exclusivo para motocicletas (o da Luiz Xavier) e agora é a primeira cidade a fazer um concurso carnavalesco com motocicletas, atraindo para o carnaval um público jovem. Enquanto aguarda ansioso o dia do Concurso de Motocas Fantasiadas, ao ser perguntado se já caiu alguma vez de seu "cavalo", Zanchi responde enfático: "Motoqueiro que nunca caiu não é motoqueiro...".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Veiculo: Estado do Paraná
Caderno ou Suplemento: Nenhum
Coluna ou Seção: Nenhum
Página: 18
Data: 19/02/1974
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